A ERA DA SINGULARIDADE
- Alan Giovani de Moraes
- 5 de set. de 2024
- 4 min de leitura

Cuidado com o que você deseja!
Um jogador insaciável se encontra em um lugar muito luxuoso e deslumbrante. Tudo é extravagante – candelabros de cristal, mulheres sedutoras, os mais finos tapetes feitos à mão, as comidas mais suntuosas. Ele olha ao redor, maravilhado.
- Ele não esperava estar ali. Na verdade, ele nem sabe como chegou. Mas uma coisa era certa: aquilo era mais do que ele jamais sonhou.
O Jogador é abordado por funcionários do cassino, que o levam à mesa de roleta. Ele gira a roleta – seu número vence.
Ele arrisca em diversos jogos: pôquer, blackjack, roleta. A emoção cresce. Os funcionários o reverenciam, as mulheres o rodeiam, e as pilhas de dinheiro se acumulam. Ele é tratado como um rei.
- Ele estava no topo do mundo. Nada podia dar errado, ele se sentia invencível.
Isso continuou dia após dia, semana após semana, e o jogador ganhava todos os jogos, acumulando uma renda cada vez maior. Tudo estava indo do jeito que ele queria. Ele simplesmente continuava ganhando. E, semana após semana, mês após mês, a sorte do jogador permanecia inquebrantável.
Depois de algum tempo, aquilo começou a ficar chato.
Ele joga, ganha e... nada muda. As belas mulheres já não o fascinam, as fichas empilhadas já não impressionam. Ele começa a caminhar pelos corredores do cassino, vazio de emoções. Em cada canto, há um reflexo dele mesmo: ganhando, rindo, sem parar.
Até que, um dia, o agora angustiado jogador se voltou para o anjo que aparentemente mandava no pedaço e disse que não aguentava mais. O céu não era para ele, afinal. Ele chegara à conclusão de que estava destinado ao “outro lugar”, e de fato era lá que ele queria estar.
O anjo com um sorriso enigmático responde:
- "O outro lugar? Mas, meu caro, o outro lugar... é aqui."
MORAL DA HISTÓRIA
No final das contas, "a vitória só faz sentido quando existe a possibilidade de perder". Um dos paradoxos da natureza humana é o instinto de resolver problemas, estamos mais vinculados aos problemas do que às soluções.
A morte, por exemplo, é ela que dá aquele fator de urgência, aquele gás pra gente correr atrás dos sonhos, fazer o que precisa ser feito. Se o tempo fosse infinito, cada dia perderia valor. O que te motiva a viver é o limite, aquele instinto de sobrevivência.
O tempo se tornaria sem sentido se fosse demasiado longo. Se a morte fosse afastada indefinidamente, a psique humana acabaria como o do jogador insaciável.
A ERA DA SINGULARIDADE

Imagine um futuro onde as máquinas não apenas pensem, mas aprendam e evoluam por conta própria. Além de suprir todos as necessidades e desejos humanos.
A "Era da Singularidade" refere-se a um conceito no campo da tecnologia e da inteligência artificial que prevê um momento em que o desenvolvimento tecnológico avançará tão rapidamente que superará a capacidade humana de compreensão e controle. Nesse cenário, as máquinas e a inteligência artificial se tornarão mais inteligentes que os humanos, iniciando uma revolução onde a evolução tecnológica será conduzida pelas próprias máquinas.
Olha só, hoje o que não falta é problema. Morte, desafios, crise existencial... tudo isso está no pacote da vida, e a real é que a humanidade vem lidando com os mesmos dilemas há séculos. Beleza, estamos mais prósperos, a tecnologia de informação revolucionou muita coisa, mas ainda estamos na luta – os problemas que estão vinculado ao nosso ser continuam nos desafiando.
Mas agora, segura essa visão: o século XXI vai ser diferente. Estamos entrando na Era da Singularidade, aquele momento em que a tecnologia vai avançar tanto que problemas antigos – como a morte, as doenças e até a limitação do corpo humano – podem ser resolvidos. Imortalidade? Pode vir. A inteligência artificial vai fazer a gente repensar tudo, e até as barreiras da biologia podem ser derrubadas.
- Mas aí vem a pergunta que não quer calar: será que estamos prontos psicologicamente para tudo isso?
O mais louco é que a tecnologia vai nos oferecer tudo o que sempre desejamos, mas será que a mente humana vai conseguir acompanhar esse ritmo?
Ser Humano versus Máquina
Em 2019, Elon Musk, o gênio por trás da SpaceX, e Jack Ma, fundador da Alibaba, se encontraram no palco da Conferência Mundial de IA para debater uma questão que já estava na cabeça de todo mundo: humanos versus máquinas.
Musk, sempre visionário e um tanto apocalíptico, expressou o medo que já é compartilhado por muitos: a IA pode acabar com a civilização humana. Ele não é o único a pensar assim. O próprio Bill Joy, fundador da Sun Microsystems, já dizia que a IA pode se tornar um problema fora de controle.
Do outro lado, Jack Ma defendeu a ideia de que os humanos sempre terão a vantagem, principalmente por causa de algo que as máquinas não têm: emoção. Segundo Ma, essa é a chave que faz com que os seres humanos sejam superiores às máquinas. Mas será mesmo?
A gente sempre imaginou um futuro com casas inteligentes, carros autônomos, e impressoras 3D que se reproduzem sozinhas. E olha, estamos quase lá. A tecnologia está avançando rápido, mas o receio é real: a automação movida a IA é estimada a eliminar muitos empregos. O Instituto Brookings estima que 25% dos empregos nos EUA podem ser substituídos por máquinas, principalmente os que envolvem tarefas repetitivas.
Mas calma, não é o fim do mundo... ainda. Talvez demore uns 20 anos! A IA tem muito a evoluir antes de chegar no nível da inteligência humana e tomar nossos lugares de vez. Até o Ray Kurzweil, o cara que vive falando da Singularidade, prevê que essa tal "Era da Singularidade" vai chegar só lá por 2045 ou 2050. Então, será que temos um tempinho de respiro? Talvez sim. Mas cuidado com o que você deseja... porque o futuro que sempre sonhamos pode acabar sendo muito chato e vazio de emoções.
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