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Qual bitola de fio devo usar?

  • Foto do escritor: Alan Giovani de Moraes
    Alan Giovani de Moraes
  • 11 de jun. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de ago. de 2024

Quando se trata de instalar sistemas elétricos, escolher a bitola de fio correta é essencial para garantir a segurança, eficiência e conformidade com as normas. Neste artigo, vamos explorar os diferentes tipos de cabos, como dimensioná-los corretamente e as normas que devem ser seguidas, incluindo a ABNT NBR 5410 e as regras específicas da distribuidora CELESC.


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Tipos de Cabos Elétricos

  1. Cabo Flexível (Cobre): Usado em instalações internas, é mais maleável e fácil de manusear. - Classe 04 = Composto por 45 condutores = classificação Flexível; - Classe 05 = Composto por 75 condutores = classificação Extra Flexível


2. Cabo Rígido (Cobre): Mais resistente e usado em instalações fixas, onde a flexibilidade não é necessária. - Classe 03 = Composto por 7 condutores = classificação rígido; - Os cabos de potência em baixa e média tensão são produtos que desempenham papéis fundamentais nesse segmento e são responsáveis pela instalação de diversos equipamentos e processos eletrônicos. Os cabos dessa linha são capazes de alinhar durabilidade com eficiência em diversas aplicações, seja ao ar livre, subterrânea, locais secos e úmidos, entre outros.

linha de cabos: 3,6/ 6 kV a 20/ 35 kV média tensão e 0,6/ 1kV 90°C baixa tensão - Sintenax


3. Cabos PP : Usado para ligações de aparelhos elétricos portáteis. Atender as mais diversas demandas deste mercado com alta performance durante um período longo, quantidade de ciclos, altas velocidades, taxas de aceleração e condições ambientais desafiadoras. Indicados para uso em motores elétricos, painéis e ligações internas de equipamentos.


4. Cabos de Alumínio: Utilizados principalmente em instalações externas aéreos e de alta tensão devido ao seu custo-benefício.


Dimensionamento de Cabos Elétricos

O dimensionamento dos cabos elétricos é um processo que envolve considerar a corrente elétrica que o cabo precisa transportar, a distância do percurso, a queda de tensão permitida, e a temperatura ambiente.


Conhecendo a seção mínima por circuito temos as bitolas mínimas que deve ser utilizada para diferentes circuitos, conforme a tabela 47 da NBR5410:

 

Tabela 47



Tipo de linha

Utilização do circuito

Seção mínima do condutor mm² do material

Instalações fixas em geral

Circuitos de iluminação

1,5 Cu


16 AI

Instalação fixas em geral

Circuitos de força

2,5 Cu


16 AI

Instalação fixas em geral

Circuitos de sinalização e circuitos de controle

0,5 Cu

Conforme a tabela, temos:

  • Para circuitos de iluminação, utilizamos cabos com seção mínima de 1,5mm²;

  • Circuitos de força, como tomadas, necessitam de cabos com seção mínima de 2,5mm²;

  • Já para circuitos de sinalização, campainhas ou fechaduras, a seção mínima é de 0,5mm².

Obs.: A tabela acima apresenta a seção mínima, mas não deve ser necessariamente utilizada em cada caso, especialmente em circuitos de força.


Primeiro passo: Método de Instalação


Segundo a tabela 33 da norma, dependendo do tipo de instalação, como eletrodutos, eletrocalhas ou se o cabo está enterrado diretamente no solo, utilizaremos um método de referência diferente para seguir com a instalação.


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Conforme a característica da instalação, a capacidade de condução de corrente do cabo altera sob diferentes circunstâncias, por isso é essencial consultar a tabela 33 da norma.


O método mais comum de instalações elétricas residenciais é o Método número 7, com condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto circular embutido em alvenaria, ao qual corresponde o método de referência B1.


Segundo passo: Número de condutores carregados a ser considerado


Para continuar com o cálculo, precisamos saber a quantidade de cabos por circuito. Para isso, utilizamos a tabela 46 da NBR 5410:



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Terceiro passo: Método de instalação e temperatura máxima


Comumente em instalações residenciais, podemos considerar cabos de cobre, revestido de PVC , devendo suportar temperatura máxima de 70 °C e temperatura ambiente de 30°C. Para esta instalação, utilizaremos a tabela 36 da NBR 5410.



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Quarto passo: Análise de fator de correção


Conforme a quantidade de circuitos passando no mesmo caminho, o eletroduto fica sobrecarregado, modificando a temperatura e influenciando na condutividade dos circuitos. Para fazer esse ajuste, utilizamos a tabela 42 da NBR 5410.


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Quinto passo: Dimensionamento da carga


Para dimensionar corretamente os cabos elétricos de uma instalação, é crucial calcular a corrente elétrica que passará pelo cabo. Esse cálculo pode ser feito utilizando a potência do aparelho (em watts) e a tensão que alimentará a carga (em volts).


Vamos entender essa teoria de forma mais detalhada:


Fórmula Básica


A corrente elétrica (I) pode ser calculada utilizando a fórmula:

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Onde:

  • I é a corrente elétrica em amperes (A).

  • P é a potência do aparelho em watts (W).

  • V é a tensão em volts (V).

  • cos⁡ϕ é o fator de potência (para aparelhos resistivos como lâmpadas incandescentes, o fator de potência é aproximadamente 1, mas para motores e outros dispositivos pode variar).

Exemplo:

  • Potência do aparelho (P): 2000 W

  • Tensão (V): 220 V

  • Fator de potência (cos⁡ϕ ): 1 (considerando um dispositivo resistivo puro)

Aplicando a fórmula:


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Portanto, a corrente que passará pelo cabo será de aproximadamente 9,09 Amperes.


Corrente de projeto do circuito (nominal): 9,09A

Isolação: PVC 70° C

Número de circuitos no eletroduto: 4

Método de Instalação em eletroduto embutido: Método B1


Com a corrente calculada, o próximo passo é selecionar a bitola do cabo apropriado conforme a tabela 36 da NBR 5410 .


No exemplo acima, uma corrente de 9,09 A sugere o uso de um cabo de 2,5 mm², conforme a tabela de bitolas da NBR 5410 e as exigências de seção mínima para circuito de força, sendo que se o circuito for especificamente para iluminação pode ser usado cabo de 1,5mm².


Considerações Adicionais

  • Queda de Tensão: A distância entre a fonte de energia e a carga deve ser considerada para evitar quedas de tensão significativas. A NBR 5410 recomenda que a queda de tensão máxima não deve exceder 4% para instalações residenciais.

  • Temperatura Ambiente: A capacidade de corrente dos cabos pode variar com a temperatura ambiente. Deve-se ajustar a bitola do cabo se a instalação estiver em ambientes com temperaturas extremas.

  • Tipo de Isolamento: O tipo de isolamento do cabo também influencia na capacidade de condução de corrente.


Regras da CELESC

A CELESC, Companhia de Energia Elétrica de Santa Catarina, possui diretrizes específicas para instalações elétricas que devem ser seguidas pelos consumidores.

  • Normas Técnicas Específicas: A CELESC fornece guias e manuais que especificam os padrões de ligação e os materiais aprovados para uso em instalações elétricas em sua área de concessão.

  • Solicitação de Ligação: Para novas conexões, a CELESC exige a apresentação de projetos elétricos que estejam em conformidade com a ABNT NBR 5410 e suas próprias normas.

Conclusão


Escolher a bitola do cabos corretamente é fundamental para a segurança e eficiência das instalações elétricas. Seguir as diretrizes da ABNT NBR 5410 e as regras da CELESC garante que seu sistema elétrico estará em conformidade com as normas vigentes. Para instalações seguras e eficientes, sempre consulte um eletricista qualificado e utilize materiais de qualidade.

 
 
 

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